MORCEGADA NO AR: estudantes de Jornalismo da UNIR lançam edição de jornal experimental

As queimadas, as práticas de esporte e a cultura e arte de Rondônia estão entre os principais assuntos abordados. O lançamento da edição de 2023 aconteceu nesta sexta (29/09) e pode ser inteiramente acessado no site MORCEGADA. O jornal é um espaço para os discentes do curso de Jornalismo da UNIR experimentarem a produção de reportagens multimídias.

O impacto das queimadas na saúde, no meio ambiente, no comércio e na vida dos indígenas são explorados em três reportagens do site. Já o racismo que os porto-velhenses vivenciam, os problemas que enfrentam para conhecer a própria cultura e as dificuldades do microempreendedor estão em outras três. A prática esportiva no estado também é um dos temas recorrentes, desde o atletismo até o futebol feminino e o futebol americano.

Mylla Pereira, estudante de Jornalismo e autora da matéria sobre o efeito das queimadas na saúde dos porto-velhenses, fala sobre sua experiência no site e a relevância da sua produção. “O MORCEGADA para mim foi um espaço muito democrático de experimentação, pois eu tive a oportunidade de expressar livremente a ideia que surgiu como uma necessidade de alerta sobre os perigos da fumaça em nossa saúde. Nós vivemos todo ano isso e é importante todo mundo saber, principalmente porque Porto Velho é a pior capital do país quando falamos de queimadas”, afirma.

Emily Costa é uma aluna negra e resolveu abordar o aumento do racismo na capital do seu estado, expondo a realidade vivida pelas pessoas negras e como isso as impacta de muitas formas. “Todos os dias, diversas pessoas enfrentam discriminação, preconceito e vivem estereótipos baseados na cor da pele, e essa é a realidade não só do Brasil, mas também de Rondônia. É necessário falar sobre esse assunto com o objetivo que vai além de informar, mas destacar a necessidade de conscientização e ação para promover a igualdade racial e a justiça”, explica.

Além do futebol, as questões de gênero e identidade estão em outras matérias, sobre: machismo no universo do empreendedorismo; retificação de nome e gênero; dificuldades de gestantes e mães em cursos superiores; e pouca valorização das mulheres em festivais. A música, inclusive, volta a aparecer em uma publicação sobre as batalhas entre rappers.

Achei incrível a experiência de escrever essa reportagem para um site. Lembro perfeitamente da minha mãe quando cursava graduação; por sorte, ela e meu pai contratavam uma babá para cuidar de mim e da minha irmã. Porém, sempre sentia saudades deles. Quando vi jovens com filhos pequenos, tive essa leve lembrança e isso quis abordar esse assunto”, conta Felipe Nascimento, que produziu sobre as dificuldades de estudantes que são gestantes e mães.

As matérias foram completamente pensadas e produzidas pelos estudantes do quinto semestre de Jornalismo da UNIR e esta é a segunda edição lançada desde a criação do curso em Porto Velho. Os discentes fizeram desde a definição da pauta até a apuração, escrita e edição das reportagens, sob a orientação do professor da disciplina, e utilizando os equipamentos e recursos próprios.

O resultado da edição ficou muito satisfatório. As reportagens estão bem apuradas e a produção e utilização da multimídia criativa, principalmente se considerarmos que não temos condições adequadas de equipamentos para isso”, revela Allysson Martins, professor de Jornalismo e editor do MORCEGADA.

A edição de 2023 representa bem a diversidade de Porto Velho e de Rondônia, segundo Martins. “Os leitores terão contato com reportagens bem complexas e profundas, com muita exploração de imagem e infográfico, tudo desenvolvido pelos estudantes”, disse.

O site MORCEGADA foi criado em 2017, inspirado em O Jornal da Morcegada, veículo impresso publicado nos anos de 1970 em Rondônia. Apesar da linha editorial distinta, os jornais se assemelham pela experimentação e pela inovação realizada por cada um em sua época. Ao homenagear a produção jornalística pioneira, o site se constitui como espaço para experimentação de jornalismo digital em profundidade pelos discentes do curso de Jornalismo da UNIR.